Como não entraram em acordo, parte do grupo abriu um outro posto mais abaixo naquela mesma costa marítima. Aconteceu que algum tempo depois, aconteceu de novo um outro naufrágio, e de novo a mesma coisa, salvamento e sujeira no posto e de novo, outra quebra no grupo, abriu-se um novo posto de salvamento. E isso continuou acontecendo, e aquela costa marítima está cheia de postos de salvamento, todos muito bem sofisticado, mas nenhum deles com a verdadeira função de salvar vidas.
Agora podemos pensar nas igrejas, será que algumas denominações cristãs, por sinal muito bem estruturadas, não estão correndo sério risco de se tornarem irrelevantes para uma grande quantidade de pessoas nesta "pós-modernidade" que vivemos, principalmente ao atendimento a necessidades cruciais de sofrimento pessoal?
Na visão da pós-modernidade a igreja evangélica é questionada sobre o jeito de pensar e de querer ser igreja e devem responder às necessidades das pessoas, abrindo espaço "tanto para o novo quanto para o caos, para o alternativo e o individualismo". Um dos grandes desafios para a igreja no contexto da pós-modernidade é ser uma comunidade terapêutica. Com o tempo, algo que não é valorizado é o viver em comunidade e mesmo que comunidades sejam abertas, ocorre uma mudança de paradigma que vem minando o viver em fé em comunidade.
Na pratica, a igreja pode ser comunidade terapêutica, quando ela se manifesta "acolhendo e aconselhando", promovendo mudanças significativas no tratamento dos membros, dando afeto, atenção e complementando o vazio que a sociedade impõe e incentivando à busca por uma vida comunitária, principalmente em momentos cruciais da nossa existência.
Mas como ser terapêuticos? Não adianta apenas criarmos novos programas, ou inventar a roda, a questão é mais profunda. É preciso analisar cuidadosamente cada uma de nossas comunidades e cada cristão, examinar paradigmas que influenciam o jeito de cada um ser e agir. Paradigmas falsos, ideológicos, não podem produzir uma igreja saudável.
A igreja é formada de dois componentes que devem ser inter-relacionados, a organização como um todo e seu organismo vivo (os membros), conforme está em I Pe 2:4-8, sermos "pedras vivas".
Concluímos, sabendo que a igreja cristã possui recursos maravilhosos para amparar as pessoas nas suas caminhadas pela vida, mas não podemos deixar de citar que fica claro que algumas visões devem ser reavaliadas, tanto no modelo de ação como no modelo estrutural, precisamos fazer uma leitura do tempo para que a igreja não se transforme em apenas um centro de tradições, devemos saber agir com este novo mundo que está as nossas portas, cabe a nós penetrar essa pós-modernidade com generosa compreensão, procurando soluções para os males e as dores deste novo tempo. Que Deus nos ajude e nos oriente nesta caminhada por uma igreja relevante. Precisamos ser uma igreja com uma missão de Deus diante de um novo milênio.
Que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nos abençoe e que sempre sejamos diferença aonde quer que estejamos. Em Cristo, Por Cristo e Com Cristo.
Obs:
Sobre o autor do texto: Aluno de Teologia na Faculdade Evangélica do Paraná - FEPAR, 35 anos, casado, natural de Santo André-SP, membro da 2ª IPI de Curitiba-PR, assinante do Estandarte e mantenedor do site Ministério de Devocionais : http://www.palavradavida.com.br