sexta-feira, 18 de abril de 2008

Respondendo ao Blog

CARO LEITOR,

O QUE ESCREVO ABAIXO É UMA RESPOSTA AO BLOG OLIVERANDO, NÃO QUE EU FIQUE PROCURANDO ARTIGOS PARA RESPONDER, MAS ESSE BLOG "PEDIU" UMA RESPOSTA.

SEGUE RESPOSTA ABAIXO:
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Prezado Senhor, "Henrique Oliveira, Contador de histórias e estórias"

Fiquei extasiado com sua matéria, geralmente não dou importância às escritas sem base fundamentada, mas em decorrência do seu artigo, me senti obrigado a responder, espero que entenda que isso não é uma ofensa ao seu pensamento, mas sim as colocações de "hipóteses" que considero sem argumentos válidos.

Como o Senhor é jornalista, vou me atentar em manter as fontes de minhas colocações, e irei me fundamentar no que penso e no que outros teólogos fundamentaram bem antes de mim.

Vivemos num país com liberdade de expressão de fé, um país desorganizado em muitas ações e reações, vivemos sim, uma liberdade de religião, liberdade de expressão, nunca se fez tanta piada de autoridades como em nossa época, e apesar desta tamanha liberdade que expressa nossos dias, temos em nosso congresso uma tentativa de censura desta liberdade religiosa, vivemos um dogma científico tão imenso que não questionamos, mas quando se trata de religião ficamos com quem "pisa em ovos".

Eu desconheço qual seja sua fé, pelo seu argumento exposto no artigo, creio que não está defendendo uma ou outra religião, mas acusa levianamente que a religião é imposta "goela abaixo," todo ato de extremismo no Brasil não tem passado de movimentos exclusos à sociedade que nascem e morrem nos guetos a eles permitidos. Poderia ser mais claro, quando diz "goela abaixo" e também explicar a fonte, generalizar tais argumentos é jogar ao vento palavras tolas, sem sentido e sem alvo.

Minha fé parte da pressuposição de que a Bíblia é um livro inspirado por Deus. Uma das principais convicções da fé reformada é que todo o material recebido pelo homem mediante a revelação sobrenatural de Deus, foi registrado de modo infalível pelos escritores bíblicos através da obra de inspiração do Espírito Santo. A fé reformada crê na inspiração plenária e verbal da Bíblia. Como diz o teólogo calvinista Charles Hodge:


Todos os livros da Escritura são igualmente inspirados. Todos são igualmente infalíveis no que ensinam... a inspiração abrange todo o conteúdo desses vários livros. Não se confina às verdades morais e religiosas, mas se estende às declarações dos fatos, sejam científicos, históricos ou geográficos. Não se limita aos fatos cuja importância é óbvia, ou que se envolvem em questões doutrinais. A inspiração estende-se a tudo o que algum escritor sacro assevera ser verdadeiro. HODGE, Charles. Teologia sistemática. Hagnos. São Paulo, 2001. P. 122.

Quando o Sr., cita parte da "oração de Nosso Senhor Jesus Cristo" e emenda uma afirmação desta ( impor goela abaixo), simplesmente o senhor está quebrando a primeira regra de um bom jornalista, ouvir ambos os lados, não estou certo? Lembrando, a oração do Pai Nosso está presente nas escrituras bíblicas e é relata nos evangelhos, mas pode lê-la em (Lucas 11:2-4).

Quais os seus princípios, o senhor não deixou claro, sua critica é contra o que ao certo, qual sua acusação verdadeira?

Eu realmente tentei, e confesso não consegui dialogar com seu artigo, fico tentando entender o que o senhor quer dizer, quando se utiliza de Nelson Rodrigues para falar de religião, infelizmente o Nelson Rodrigues não possui nenhum estudo de suas teses e fundamentações sobre religião, conversa de botequim não serve para definir um fim de diálogo. Ou serve?

Concordo plenamente que qualquer que seja o extremismo ou fundamentalismo não nos levará à um diálogo inter-religioso, neste caso, o senhor pegou um flash de programa de TV, aonde uma pessoa defende a opinião "dele", não seria mais prudente para um jornalista expor sua opinião, critica, sobre o posicionamento deste que se apresentou num programa, ao invés de generalizar sua opinião, num ataque que não acrescenta nada, pelo contrário se iguala à opinião evasiva do entrevistado de um "programa de TV"?

Respondendo à sua pergunta sobre, os homossexuais, para a Bíblia sim, estão em pecado, quer aceite ou não o senhor, quer aceite ou não a opinião pública, como citei acima, a Bíblia é regra de fé para os cristãos, e nela nos baseamos, como os muçulmanos se baseiam no alcorão e os Judeus na torá. Mas isso, não significa que não aceitamos os homossexuais, só não concordamos que o estado em que estão não condizem com nossas regras de fé, não vejo mal algum nisso, o senhor concorda com todos os partidos políticos, o senhor torce para todos os times de futebol com a mesma alegria? Cada ser pensante adota para si um lado, no lado cristão o homossexualismo é visto como pecado, também, a mentira é pecado, a corrupção é pecado, e por ai vai. Lembrando que o maior mandamento que Jesus nos deixou foi amar o próximo como a ti mesmo, e este amar não me exime de viver as diferenças, mas me alerta dos perigos e por isso, convivemos com o pecador, mas não precisamos adotar os pecados deste como regra de fé.

Perdão de burrice, não tem preço. Lamento que sua opinião é pequena e sem fundamentos, o teólogo John Stott escreveu um livro interessante que o senhor deveria dispor de tempo para lê-lo, o livro é, "Crer também é pensar" este livro por si só responde a essa afirmativa mal intencionada e leviana.

Religiões são tentativas de explicar os mistérios do mundo. E tentativas não passam de suposições, altamente contestáveis, distantes da veracidade absoluta. Não condene crenças diferentes da sua. Condenável é condenar o próximo por ter outras fés.

O que realmente o senhor talvez quisesse expressar acima, pode ser lido no livro "O que é religião" de Rubem Alves, precisamente no capítulo 3 aonde o autor escreve sobre símbolos religiosos, descreve não uma tentativa de explicar os mistérios do mundo, mas sim, como o sagrado tem importância em cada ser. E ao escrever que existe um "mistério do mundo" o senhor faz uma afirmação de subjetividade e metafísica, mas não discorre nada sobre o assunto. Seria importante entender o que o senhor afirma saiu de sua vontade de expressar ou se existe alguma linha de pensamento que o senhor segue e que ainda não ficou clara para mim.

Essas igrejas são as filiais divinas do paraíso, ou seja, FDP. Não seja hipócrita, todo o sistema tem seu grau de corrupção, até mesmo jornalistas, advogados, médicos, pastores e padres podem ser corrompidos, todos são humanos, ficar apenas com "dó" não resolve o problema de ninguém, é necessário ação, essa é uma pastoral que pode ser feita por qualquer leigo. Mas essa pastoral tem que ser baseada em algo, não podemos simplesmente sair jogando os dardos para ver se acerta em alguém.

Espero ter contribuído com seu material, espero que na sua profissão exista credos e valores morais que superem os dogmas expostos por uma sociedade influenciada pela pós-modernidade que acredita no que ouve e fala o que quer. O muito falar faz-nos dano.

E termino com uma frase de Leonardo Boff,

"Nós vivemos num mundo cheio de conflitos e buscamos elementos comuns que permitam à humanidade viver na casa comum que é o planeta Terra. Todos os valores e práticas que apontam para esta meta devem ser incentivados. Tudo o que divide e ridiculariza fontes de valores, que são as religiões, vai a contracorrente dessa busca universal. Existe na sociedade o lugar para a sátira e o humor, mas tudo tem o seu limite, especialmente quando essa sátira afeta valores ou figuras que encarnam o sagrado, como Maomé, o papa ou outro líder religioso."

Fique em paz.

terça-feira, 1 de abril de 2008

O que está dentro é o que importa

Brandão tinha vendido balões a tarde toda. De repente apareceu um garotinho do outro lado da rua. Ele ficou olhando cuidadosamente pelo menos trinta minutos. Finalmente o menino disse: "Ei moço, você acha que os balões verdes podem voar tão alto quanto os outros balões?"

"Claro", disse Brandão, não dando muita atenção ao garoto.

Depois de vários minutos, o menino perguntou novamente: "Ei, moço, você acha que os balões vermelhos podem voar tão alto quanto os outros balões?"

"Claro", repreendeu Brandão.

Passaram-se mais alguns minutos e o menino voltou a perguntar: "Ei moço, que tal os balões pretos? Você acha que os balões pretos podem voar tão alto quanto os outros balões?"

Brandão atravessou a rua em direção ao menino, deu-lhe um balão e disse: "Não é a cor do balão que o faz voar. É o que está dentro do balão que o faz voar."

É "o que está dentro" que nos faz "voar" em nosso relacionamento com Deus. Leia Amós 6. 1-7 para ver que Deus adverte Israel por ignorar a fonte do real valor.