Lá numa terra distante, tão distante, mas muito distante do povo e que ficará em breve conhecida como a terra da pizza. Brasília a Ilha da Fantasia está se especializando em fabricação de pizzas. São tão famosas as pizzas produzidas na Ilha da Fantasia que em breve planejam exportar o conhecimento. A desenvoltura para fabricar pizzas é tanta que dizem que na Ilha da Fantasia só farão pizzas.De todos os recheios e sabores.
O pizzaiolo mais conhecido para aquelas bandas é Renan Calheiros. Unindo ingredientes comuns e caprichando no enrolar da massa Renan nos ensinou como se faz uma bela pizza. Para isto é necessário pegar papel e caneta, mas se esquecer dos ingredientes não tem problema, a mídia não cansa de repetir todos os dias.
Ingredientes
Arranje uma amante gostosa. Daquelas bem desinibidas. Mais tarde ela pode lhe ajudar a tirar o foco de escândalos políticos. Inclusive os de corrupção. E mostrar tudo aquilo que só você viu em uma "respeitada" revista masculina que não é a Isto É!.
Faça muitos amigos, de preferência amizade com aqueles que você pode descobrir escândalos facilmente. Seja amigo de todos, sem distinção de raça, religião, time de futebol e principalmente: PARTIDO POLíTICO. Estes podem salvar a sua pele.
Arranje um amigo empreiteiro, daqueles que constroem pontes que ligam NADA A COISA ALGUMA.
Mais tarde este pode ajudar a pagar as suas contas.
Construa fazendas modelo, daquelas no meio do nada que dão lucro de mais de 60% ao ano, pode ser de fantasia mesmo. LEMBRE-SE: Você está na Ilha da Fantasia. Todos lá acreditam em tudo.
Arrume muitas "notas frias". Só para constar. Lá nada é ilegal.
E o último ingrediente, e não menos importante. Faça favores ao chefe da Ilha. E não cobre nada, pois um dia vai precisar dele.
A Massa
Inicie o conto do vigário.Com o plenário cheio, quando perguntado sobre corrupção responda sobre aquela sua amante gostosa lá do início. LEMBRE SE: ninguém está escutando mesmo. Pouco se importam com o que você está falando.
Ao ser quentionado sobre corrupção responda: "EU ME ARREPENDO". Eu peço perdão por ter traído a minha esposa, e ter mantido uma amante. Ninguém irá notar o desvio de sua resposta. Afinal, quem lá não tem uma amante?!?
Abra a massa e coloque o recheio
Conte histórias, principalmente as fábulas infantis. Eles adoram. Conte aquela da fazenda em que tudo dava. As vacas e bois se reproduziam em um "toque mágico".
15% ?!? Não aquilo é coisa de acadêmico, em suas terras o lucro era acima de 60%.
As notas lá brotavam da terra. Lembrá-los dos favores que você já os prestou.
O famoso "RABO PRESO"• Com tudo no escurinho é mais fácil. Ninguém se compromete. E tudo caminha. O espetáculo está armado. Antes de levar a pizza ao forno, adicione uma "pitada" do chefe da Ilha.
Deixe o chefe "cobrar" que todos irão gostar de pizza antes de experimentar. Ele pedirá respeito ao resultado, já imaginando o que vem pela frente. E faça o espetáculo para mídia.
Na imprensa, pobres coitadas, serão obrigados a comer a pizza e dizer que gostaram. LEMBRE SE este foi uma pedido do chefe da ILHA.
81 senadores, e tudo no escurinho. 40 aprovam a pizza, mas deveriam ser 46 já que 6 deles não foram contra, mas covardemente não quiseram opinar. 35 não gostaram da pizza. E você? Gostou da PIZZA Á moda da ILHA? Bem-vindo a Brasília, onde tudo acontece na ILHA DA FANTASIA.
Enquanto isso...
A CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira ou Transmissão de Valores e de Créditos ), imposto criado na era Fernando Henrique Cardoso e idealizado pelo cardiologista e ex-ministro da saúde Adib Jatene para cobrir os gastos e ampliar os investimentos da saúde no país arrecada hoje mais de 40 bilhões de reais ao ano. Deste valor apenas 43% é utilizado para os fins que foi criado. Por ser uma contribuição financeira, este imposto não é redistribuindo parcialmente a estados e municípios. Mas em semana de votações, de grande valores especialmente, quando é votado a permanência ou não da CPMF o alvoroço é grande. Todos querem barganhar um pouco mais. E a PERMANÊNCIA do imposto PROVISÓRIO, mesmo que não faça o menor sentido, custará muito caro ao governo federal. Nunca na história deste país se brigou tanto para tornar permanente uma contribuição provisória.
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FONTE: Francisco Tramujas